sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ofélia

Suspeita morte, essa tua
Como Ismália buscou a lua
A beleza das flores procurou
E mesmo destino encontrou

Embalada por doces canções
Depois privada de ásperas orações
Tanto perde e tanto ganha
Agora nada mais estranha

Tua alma pura e santa
Por ódio e vingança alheios desanda
Atormentada, nunca corrompida
De toda maldade despida

Ache no vazio o que lhe foi negado
Ache em meio ao frio teu desagrado
E após o fim entenda a lição

Que em vida não maculou teu coração

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Emboscada

A bruma fria das manhãs
O sabor metálico do sangue em minha boca
As dores e hematomas sobre meu corpo
Antes forte, agora já tão fraco

Os músculos cansados, trêmulos
A respiração rápida, ofegante
O odor impregnante do suor
Misturando-se às lágrimas

A secura dos lábios
O cansaço nos olhos
O tempo arrasta-se preguiçosamente
O pulo da fera na garganta

Dentes atacando, língua procurando
O gosto salgado da carne
A acidez do sangue, o áspero osso
Buscando pela vida

Abismo

Músculos em chamas
Ácido suor
Lágrimas de sangue
Sobre a ferida pele

Tão difícil respirar
Tão difícil resistir
À força da fraqueza
E às fraquezas da força

Coragem, intrepidez
Há nesse mundo
Coração forte o suficiente
Para seus medos vencer?

Em águas profundas mergulhar,
Para nunca mais voltar
Bravura ou covardia?
Arrependimento ou alívio?

Canção dos Mortos

O orvalho caído
Sobre a pele, como
Sobre a pétala
Pálido, sob o luar

As pálpebras cerradas
Sobre olhar tão vazio
Sobre alma tão ausente
Frias, gélidas como a neve

Os lábios rígidos
Descorados,
Entreabertos,
Em final suspiro

Vermelho sobre o branco
Corrompendo o incorruptível
Raiva sobre a Pureza
Juntos, pecado e santidade

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Delírio

Asas frágeis e pálidas
Em um doce sonho envolvente
Tuas risadas curtas e flácidas
Ainda farão-me demente

Alucinação atormentadora
Sugando de mim a vida
Desprezada pela canção desoladora
Em que minha alma se via envolvida

Arranha a garganta grito tenebroso
O silêncio de desespero preenchendo
A realização do fato doloroso
A verdade aparece corroendo

A impureza do delírio decrépito
Seduz mais que a candura recém nascida
E se espalha, fétido
Pela tola alma corrompida

Hipnotizado

O brilho do olhar
Suave ao me envenenar
O calor da pele alva
Envolvia, embriagava

O canto de sereia maliciosa
Arrasta-me, libidinosa
Para as profundezas de cetim
Onde hei de encontrar meu fim

Dança, queima o mar
Que sempre lhe serviu de lar
E outro vá enganar

Pois quando meu olhar desviava
E em tua visão se deleitava
Minha prisão me cativava

Heaven - Paraíso

There’s a place - Existe um lugar
Where you can -  Onde tu podes
Hide and be safe - Esconder-se e ficar a salvo
From all the evil - De todos os males

There’s a place - Existe um lugar
Where demons won’t find you - Onde os demônios não vão te descobrir
And all disgrace - E toda a desgraça
Will fade away - Cessará de existir

There’s a place - Existe um lugar
Where the sun and the rain - Onde o sol e a chuva
Never hit your face - Nunca atinge tua face
Never harm your heart - Teu coração nunca macula

There’s a place - Existe um lugar
Where freedom is unknown - Onde a liberdade é desconhecida
You’ll be desperate - Você ficará desesperado
No salvation for your soul - Tua alma está perdida

There is... - Existe...
There’s a place - Existe um lugar 
Where I’m affraid - Onde estou com medo
I can’t escape - Não posso escapar

terça-feira, 16 de julho de 2013

Melancholia

Black tears trough my soul - Lágrimas negras em minha alma
Tainting every inch - Corrompendo cada centímetro
Of a lost heart - De um coração perdido
Full of sorrow - E cheio de tristeza

Nothing but regret - Nada além de arrependimento
Floating in my mind - Flutuando em minha mente
Buried happiness - Felicidade enterrada
Fights for its life - Luta por sua vida

But the light's gone - Mas a luz acabou
And so is my hope - Assim como minha esperança
Of finding it - De encontrá-la

Here comes the darkness - A escuridão se aproxima
In a slow, painful dance - Em uma dança lenta, dolorosa
Without faith on fate - Sem fé no destino

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Corrompida

Ódio emaranhado no peito
Alastrando-se pela alma
Infectando a mente
Desrespeitando o carma

Lágrimas de sangue percorrem
Trilhas desconhecidas
Maculando o espírito
Atormentando as feridas

Nesse abismo sem fim
Desesperançosa, aguardo
De Deus Ex-Machina a salvação
Para um coração há muito quebrado

Veneno sem solução
Espalha-se contra a pureza
E assim vai, lentamente,
Privando-a de toda sua beleza

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Duplipensar

Memórias pelo frio da escuridão queimadas
Congeladas pela claridade do fogo
Memória querida de tempos sofridos
Da felicidade, lembranças sórdidas

O luar do Sol
Espalhando-se pela alma sombria
Escurecendo as últimas faíscas
Dessa alma recém-nascida

O riso fere
As lágrimas acalmam
A verdade é amarga
A mentira é doce

Viver é morrer
Ser livre é ser prisioneiro
Guerrear é buscar pela paz
Ignorância é força

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Psique

Olhos vermelhos na escuridão
Ardentes em meio ao frio
Perdidos na imensidão
De um destino sombrio

Em asas invisíveis busco auxílio
Negando as mãos estendidas para me resgatar
Entre elas caio, em doce desvario
Entre a dor que minha alma faz cantar

Mesmo que o corpo perca
O ácido sopro da vida
Mesmo que a mente enlouqueça
Por tantas vezes ser ferida

A alma rubra e violenta que aqui reside
Despida de toda e qualquer sanidade
Gargalha e assim persiste
Pois ignora a realidade

domingo, 2 de junho de 2013

Libertinagem

A doce carne da vaidade
Desnuda de seus princípios
Envolvida em liberdade
Em conceitos decaídos

Descansa em Lesbos, amada Safo
Sua doce música, ardente e verdadeira
Ecoará ainda pelos séculos como desabafo
De suas servas, em leviandade costumeira

Da Mentira, a canção sedutora
Delicada e atraente, de muitos amante
Porém a Verdade chega, desafiadora
E vence sua eterna rival errante

Ígneo, doloroso, defeituoso
Essa é a face do sétimo pecado
Envolvente, condenado, libidinoso
Dos mascarados, desagrado

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Nascer do Sol

Amanhecer sangrento, estendendo-se
Livre, cruel e sedento
Vasculhando os confins da alma
Alma solitária que se esconde
Raramente vista ou entendida
Estranhada por aqueles a seu redor
Segregada pelo tabu da infelicidade


Demorado anoitecer, venha logo
Esconder a escuridão de meu interior


Aproxima-se novamente a claridade
Zanzando descaradamente
Expondo todos os defeitos
Verdadeira juíza da sociedade
Exótica deusa da realidade, peço-lhe,
Desenhas mais uma vez sobre mim
Outra máscara que disfarce as cicatrizes.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Prison - Prisão

Cursed, lost, wicked - Amaldiçoada, perdida, esquisita
The words I hear every day - As palavras que ouço todo dia
They shine in my eyes - Elas brilham em meus olhos
These times I wish to die - Nessas horas desejo a morte


I'll grab the last string of hope - Agarrarei o último fio de esperança
I won't fall this one single time - Somente esta vez, não cairei
I'll cover my bleeding wounds - Cobrirei meus ferimentos que ainda sangram
I'll remend this broken heart - Remendarei este coração partido

I'll whisper, will you hear it? - Sussurrarei, você ouvirá?
My ask for help, will you save me? - Meu pedido por ajuda, você me salvará?
'Cause my body, soul and mind - Pois meu corpo, alma e mente 
They just can't stand it anymore - Não conseguem mais suportar isto

The hopeless bird - O pássaro desesperançoso
Locked in a cage - Preso em uma gaiola
Can't spread it's wings - Não consegue abrir suas asas
Can't fly through the gates - Não consegue voar pelos portões

Sussurros Mortais


Escuridão, estou cega
Perdida, abandonada
Você diz que não se importa
Que nunca terei um lar

Por quê? Por que o mundo é tão sombrio?
Mesmo quando você diz que a luz do dia está brilhando?
Por quê? Por que eu continuo caindo?
Mesmo quando luto com todas as minhas forças?

O mundo é podre como minha alma
Eu sempre tento vencer
Mas tudo é tão frio
Parece que já fui condenada

Tremendo, solitária
Nada foi deixado para trás
Nem mesmo as memórias nítidas
De um mundo de mentiras.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Armadilha

A borboleta sem asas
Presa na teia da aranha
Pode ver a própria morte
Sem ter para onde fugir

Apesar de tudo, ela tenta?
Ou desiste, rapidamente,
Sem nenhuma esperança
De um dia voltar a voar?

Crer no impossível
É sua única salvação
Dar-lhe-á algo em que pensar
Enquanto se aproxima da escuridão

Presa nas teias do mundo
Asas cortadas pela humanidade
Vê a aranha que se aproxima
E assim termina sua sina